437 -Flexibilização e Integração curricular

Consciente destes desafios, o XXI Governo Constitucional estabeleceu, como prioritários na área da educação, entre outros, os seguintes objetivos:
Criar condições para que as escolas e agrupamentos possam gerir o currículo nacional de forma flexível e contextualizada, utilizando os métodos, as abordagens e os procedimentos que se revelarem mais adequados para que todos os alunos possam aprender;
Desenvolver ações para garantir que as aprendizagens dos alunos constituam o cerne dos projetos educativos das escolas e dos agrupamentos, considerando as salas de aula como espaços privilegiados para aprender a descobrir, a analisar e a interpretar fenómenos científicos, sociais, artísticos, ambientais e tecnológicos;
Criar condições para que as escolas e os agrupamentos, em articulação com os centros de formação, as instituições do ensino superior e outros intervenientes, se assumam como espaços privilegiados para a formação contextualizada dos seus docentes;
(Programa do XXI Governo Constitucional)
Estes objetivos pressupõem uma conceção de currículo mais aberta e abrangente, associada à valorização de práticas de gestão curricular mais flexíveis e adequadas a cada contexto, entendendo as unidades organizacionais como espaços de construção partilhada do currículo. Assim, procura-se uma visão estratégica partilhada, centrada na qualidade das aprendizagens, construída com a participação de todos os atores, partindo da reflexão e avaliação continuada da ação (Alonso, 2002).
O documento “Perfil dos alunos à saída da escolaridade obrigatória” vem ainda definir várias competências-chave que os alunos devem desenvolver ao longo da sua escolaridade obrigatória, respondendo aos desafios da sociedade atual e futura. Tal assunção pressupõe “alterações de práticas pedagógicas e didáticas de forma a adequar a globalidade da ação educativa às finalidades do perfil de competências dos alunos” (Martins, Guilherme d’Oliveira (coord.), 2017).
Reivindica-se um papel ativo do aluno, construtor do seu conhecimento, implicado no processo de construção do seu saber, cabendo ao professor o papel de facilitador e dinamizador das tarefas postas em ação e estimulador à participação e envolvimento dos alunos no processo de aprendizagem.
Pôr em prática a flexibilização e a integração curricular exige uma abordagem sistémica, que envolve os recursos humanos, a diferentes níveis, os recursos físicos e os recursos pedagógicos. Neste sentido, é dada margem de autonomia às estruturas organizacionais e pedagógicas das escolas, de modo a ajustar as experiências de aprendizagem dos alunos aos seus perfis e necessidades. Esta autonomia pressupõe uma maior responsabilidade por parte das equipas de docentes e coloca-lhes novos desafios, que carecem de um incremento ao nível da formação (Beane, 1995, 2003; Drake, & Burns, 2004).
No contexto escolar, a preparação do processo de ensino-aprendizagem por professores, em trabalho colaborativo, leva-os a envolverem-se em processos de reflexão, analisando em detalhe de que modo os seus objetivos se inserem no currículo, bem como o pensamento e as ações dos alunos. Assim, deve ser valorizado o exercício reflexivo e crítico, decorrente de observações de processos de ensino-aprendizagem, numa ação conjunta, dialogada e que favoreça a compreensão das necessidades dos alunos, das suas potencialidades e dos seus mecanismos de aprendizagem. Este exercício induz o questionamento das práticas, pressupondo o seu enriquecimento, pelo que constitui um processo de desenvolvimento profissional dos professores (Baptista, Ponte, Velez, et al, 2012).
A importância do envolvimento do aluno no processo de aprendizagem é uma discussão amplamente aceite e há evidências consideráveis na literatura que mostram que os estudantes aprendem melhor quando se envolvem e participam ativamente na sua aprendizagem (Prince, 2004). Neste sentido, cabe ao professor ou à equipa de professores priorizar aprendizagens, definir estratégias, selecionar e/ou adequar tarefas e atividades, indo ao encontro de todos os alunos. Nos espaços de aprendizagem, nomeadamente na sala de aula, durante a exploração das tarefas, o professor promove e estabelece uma comunicação que pode assumir um caráter unívoco ou dialógico, dependendo do maior ou menor espaço dado ao professor(es) ou aos alunos (Ponte, Quaresma, & Branco 2012). Num processo de aprendizagem ativa, o papel do aluno é central, este aprende com os pares e a comunicação assume-se como interação social. Na comunicação como interação social, os alunos aprendem colaborativamente, interagindo e influenciando-se reciprocamente na construção de significados partilhados para uma compreensão acerca do mundo objetivo, social e subjetivo (Habermas, 2004).
Assim, esta oficina de formação tem como finalidade promover e apoiar: 
(i) A reflexão sobre as novas opções curriculares, a sua exequibilidade e adequação aos contextos de cada comunidade escolar, tornando os documentos curriculares num efetivo instrumento de promoção do sucesso escolar de todos os alunos. 
(ii) A reflexão sobre as práticas profissionais a desenvolver, planeando, concretizando e reformulando práticas letivas, tendo em conta as opções curriculares tomadas, para um ensino centrado nas necessidades de cada aluno. 
(iii) O desenvolvimento de projetos de natureza disciplinar, multidisciplinar, interdisciplinar e transdisciplinar, tendo em conta a diversidade dos alunos e seus contextos, as áreas do saber e os recursos existentes, considerando e integrando práticas de ensino-aprendizagem centradas no aluno.

•    Princípios orientadores de práticas integradas de gestão flexível do currículo:
o    Flexibilização pedagógica e curricular;
o    Trabalho colaborativo entre professores e cooperativo entre alunos;
o    Trabalho de natureza disciplinar, multidisciplinar, interdisciplinar e transdisciplinar;
o    Dinâmicas/abordagens pedagógicas diferenciadas e centradas nos alunos, nas diferentes áreas disciplinares (resolução de problemas, trabalho por projetos, entre outras);
•    Conceção e monitorização de projetos num trabalho de natureza colaborativa:
o    Identificação de ações dos docentes e dos alunos nas diferentes fases do trabalho por projeto – planeamento, desenvolvimento e avaliação;
o    Identificação de potencialidades, desafios e estratégias no âmbito do trabalho cooperativo entre alunos;
•    Coordenação de projetos e reflexão sobre dificuldades emergentes e estratégias para as ultrapassar.
•    Métodos e técnicas de e para a avaliação das aprendizagens no contexto do trabalho colaborativo.


Informações:

Registo de Acreditação: CCPFC/ACC-93204/17
Destinatários: Educadores de Infância e Professores dos Ensinos Básico, Secundário e de Educação Especial
Modalidade: Oficina
Duração: 25 +25
Local: Escola João de Meira
Regime de avaliacao: A avaliação dos formandos terá incidência em:
Parâmetros
Participação/Contributos:
Participação nas sessões (dinâmica da participação e qualidade das intervenção
Apresentação oral do trabalho autónomo desenvolvido

Trabalho de aplicação de conteúdos:
- Conceção, desenvolvimento e avaliação de projetos curriculares num trabalho de natureza multi, inter e transdisciplinaridade.
Produção de relatório final, individual.


Os formandos serão avaliados utilizando a tabela de 1 a 10 valores, conforme indicado nos n.ºs 5 e 6 do artigo 4.ª do Despacho n.º 4595/2015, DR, 2.ª série, N.º 87, de 6 de Maio, utilizando os parâmetros de avaliação estabelecidos pela DGE e respeitando todos os dispositivos legais da avaliação contínua.
Data de Realização da Ação: 7 de janeiro a 20 de abril - das 17:30 às 19:30/20:00

Outras Informações:

De acordo com o Despacho 6851-A/2019, de 31 de julho de 2019, artigo 3º, nº5, esta ação reúne condições para, excecionalmente, ser considerada como efetuada na dimensão cientifico-pedagógica de todos os grupos de recrutamento.

Anexos

Formadores

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